Capítulo 1
Já não consigo ouvi-los mais! Estão sempre a discutir, por tudo e por nada! Ontem ouvi a minha mãe a dizer que os papeis do divórcio já tinham saído, só faltava assinar. Sinceramente não sei o que é melhor, eles ficarem juntos sempre a discutir ou separarem-se.
Estava entretida com os meus pensamentos quando a Ângela entra e diz:
- Vais chegar atrasada à escola! Despacha-te.
- Já estou a ir, calma.
- Dizes sempre isso e demoras mil anos! – disse ela a rir-se.
Foi se embora e eu fui vestir-me. Será que eu demoro tanto como ela diz?
Abanei a cabeça para afastar os meus pensamentos. Acabei de tomar banho e vesti-me à pressa porque ainda tinha de ter tempo para o pequeno-almoço. Quando desci as escadas vi o meu pai com uma cara chateada a sair de casa, não liguei e fui buscar os cereais quando a minha mãe fala:
- Mariana preciso de falar contigo sobre um assunto delicado.
- Podes dizer.
- Eu e o teu pai já assina mos os papeis do divórcio.
Quando ela disse isso deixei cair a caixa dos cereais ao chão sujando tudo. Olhei para ela para falar mas nada saiu da minha boca.
- Filha tenta compreender. – pediu.
- E… eu percebo… mas… apanhou-me de surpresa. Ontem ouvi te dizer que já tinhas recebido os papeis, mas não pensei que iam logo assina-los. Achei que iam pensar melhor.
- Pensar melhor? Mariana, eu estou no limite com o teu pai, já nem consigo olhar para ele.
- Mas não era isso que querias dizer, pois não?
- Era, mas há mais. A tua irmã já decidiu mas como tu tens a escola e os teus amigos não sei como irás reagir, e…
- Espera, a Ângela já decidiu o quê? O que é que isto tem haver com a minha escola ou com os meus amigos? – interrompi-a.
- Era o que eu ia dizer até me interromperes. Quando o divórcio for oficial eu vou viver para Londres, já tenho casa lá a tua irmã comprou-a. É linda, vais ter um quarto só para ti com casa de banho...
Ela continuava a falar com um grande sorriso na cara. Eu só conseguia pensar nas palavras Londres, casa, viver. Hoje de manhã não tinha pensado na minha irmã Filipa que vivia em Londres, a minha mãe desde de que foi lá nas férias dizia que gostava de viver lá.
- Eu não quero ir. – sussurrei.
- Porquê?
- Eu tenho de ir para a escola, senão vou chegar atrasada.
- Filha espera diz-me porquê, não vais comer?
- Não vale a pena, tu já sabes a resposta. Perdi a fome.
Sai de casa a correr, fui para o único sítio onde podia pensar, a praia.
Apesar de estarmos em Junho estava um dia cinzento, havia alguns pescadores e surfistas. Tirei as vans e comecei a caminhar pela areia fria.
Não conseguia parar de pensar no que a minha mãe me tinha dito. Tenho de admitir que gostava de ir para Londres, mas também não queria deixar o meu pai, os meus amigos, a minha escola, a minha agência… a minha vida! Suspirei e continuei a caminhar sem rumo.
**
Começara a escurecer, eu estava sentada a olhar para o mar, tinha parado devido ao cansaço não tinha comido nada e nem sequer trouxe dinheiro. Ao levantar me ouvi uma voz feminina a gritar pelo meu nome, reconheci logo, era a minha irmã Ângela só ela poderia saber onde eu estava.
- Faltas te á escola? – perguntou ela.
- Sim.
- Porquê? Porque é que estás aqui? O que aconteceu?
- Ainda não sabes?
- Se soubesse não te estaria a perguntar.
Expliquei lhe o que se tinha passado. Ela olhou me e perguntou-me:
- Tu preferes ficar aqui e deixares a tua mãe e irmã ir, do que ir e deixares os teus amigos?
- Não é bem assim. Eu também não quero deixar o pai!
- O pai pode ir visitar nos quando quiser! Como ele trabalha na França, mesmo que ficasses terias de ir com ele.
- Eu sei.
- Se sabes porque é tas assim?
- O meu plano era ficar em Portugal com família ou sem família. O problema é que não me consigo imaginar sem vocês e se eu for não sei como vou conseguir viver sem o pai.
- Não vais viver sem o pai, Mariana. Ele também quase nunca está cá, vai ser a mesma coisa se fores para lá.
- Ok, vou pensar sobre isso.
- Ainda bem, anda banana. Vamos para casa.
Capitulo 2
Mal abri a porta de casa a minha mãe veio me abraçar.
- Meu Deus! Estava tão preocupada, nunca mais faças isso!
- Desculpa mãezinha.
- Mãe temos uma coisa para te dizer. – diz Ângela toda contente.
- O que é?
- Eu vou com vocês. – sussurrei eu olhando para o chão.
- A serio? Que bom filha, não sabes como isso me deixa contente. – disse a minha mãe beijando me a bochecha.
O meu pai olhava para nós com uma cara pensativa. Fui ter com ele.
- Pai, desculpa, eu amo-te mas tenho de ir com a mãe.
- Não peças desculpa eu compreendo te pequena.
- Ainda bem. – dei-lhe um abraço muito apertado.
**
Depois do jantar, fui para o meu quarto fazer as malas.
- Então banana, já pensaste no que queres levar? – perguntou Ângela toda sorridente.
- Sim, vou levar tudo! – sorri-lhe.
- Também acho que é melhor! Amanhã vais à escola?
- Sim, mas só me vou despedir, não vou as aulas.
- Tchii que sorte, eu ainda vou ter de ir.
- Para que?
- Para fazer as auto-avaliações e me despedir dos meus amigos, claro.
- Hum, está bem. Já acabei, vou dormir, beijinho.
- Dorme bem banana.
Tive de acordar cedo porque era o grande dia. Seria um dia cheio de emoções e lágrimas.
Tomei um longo banho para relaxar e escolhi uma roupa bem “british”, afinal tinha que estar 100% preparada. Fui ter com as minhas amigas e amigos à nossa confeitaria preferida.
- Olá – disse eu sorrindo-lhes.
- Então Mariana já vais hoje? – perguntou Pedro, meu melhor amigo.
- Sim.
- Aii, não sei se vou conseguir estar tanto tempo sem ti! – diz Sofia a rir-se.
- Não te preocupes. Acho que venho aqui nas férias.
- Uff! Ainda bem – disse Marta.
Continuamos a falar e a rir como nunca. No caminho para a escola encontramos a minha irmã, ela tava com a Bruna e com o namorado dela.
- Então maninha já te disseste adeus a todos? – pergunta Ângela.
- Ainda não, e tu?
- Já, agora só me falta as auto-avaliações…
Cheguei à escola e fui ter com a minha turma, mas alguns nem me dirigiram a palavra. Enfim… Não dei importância e continuei a despedir-me. Alguns diziam “vou ter saudades”, outros “diverte-te” e havia alguns que nem falavam só me sufocavam com beijos e abraços.
- Bem tenho de ir, o meu avião parte daqui a 4 horas e ainda tenho de fazer algumas coisas. Amo-vos a todos! – sorri triste.
Virei as costas e fui à procura da Ângela. Via a beijar o Nuno (seu namorado), esperei uns minutos e depois fui ter com eles. Não me ouviram a chegar por isso tossi bem alto. A Ângela riu-se e o Nuno resmungou:
- Mariana tinhas mesmo de vir? Eu quero aproveitar o tempo que ainda me resta com a minha namorada!
- Desculpem interromper, mas a tua namorada precisa de ir porque senão perde o avião.
- Ela tem razão amor – concorda Ângela.
- Tá bem, tá bem. Amo-te tanto vou para lá quando o mais rápido possível! – diz Nuno.
- Eu também te amo muito, muito, muito!
Nuno beija Ângela intensamente, depois ficaram com as testas coladas a olhar um para o outro durante um minuto ou mais, até que eu interrompi:
- Maninha, temos mesmo de ir.
- Está bem. Tchau amor, vou ter saudades.
- Também eu. – responde-lhe Nuno com una cara muito triste.
Ao chegares a casa ouves os teus pais a discutirem, outra vez. Estavam a falar de nós.
- O que é que se passa? – perguntei.
- Fui despedido – respondeu o meu pai.
- O quê? – gritamos as duas.
- Porquê? – perguntou Ângela.
- Eles estão a despedir o staff mais velho.
- Que chunga! – disse eu.
- Como vais fazer agora? – perguntou Ângela.
- Vou ficar em Portugal.
- Mas com que dinheiro.
- Ora essa, com o meu filha e além disso vou receber uma indeminização por me terem despedido. Mariana agora já podes ficar em Portugal, ficas comigo!
Capítulo 3
Não sei o que pensar, tudo o que queria ou quero pode realizar-se.
Olhei para o meu pai e ele sorriu já estava quase a aceitar ficar quando olhei para a minha mãe e para a Ângela. Elas estavam angustiadas à espera da minha resposta.
Eu não as posso, é muito egoísta da minha parte, e afinal o pai vai ficar em Portugal, posso vir aqui nas férias. Olhei para eles e disse:
- Eu tenho de ir para Londres já fiz as malas, já me despedi, já tenho tudo pronto e além disso não posso deixar a mãe e a Ângela para trás. Desculpa pai, amo-te muito mas também posso vir qui nas férias e tu podes ir lá sempre que quiseres, vai ser como era antes de seres despedido.
- Eu percebo filha, também te amo muito, vai e diverte-te.
Abraçou-me e deu um beijo fofinho na testa.
**
Estava tanta gente no aeroporto, que confusão! Fiquei perto da minha mãe para não me perder, como sou muito observadora, gosto de olhar e analisar tudo. Sentamo-nos à espera do voo. Estava a acabar de ler o 4ºcapítulo do livro que a minha mãe me tinha oferecido no Natal quando ouvi:
- (terererere) Voo 430 destino Londres. (terererere)
- É o nosso avião, vamos meninas! – disse a minha mãe toda contente.
Segui atrás dela a ler enquanto andava. Eu adoro ler e aquele livro é mesmo viciante! Entramos no avião e o meu lugar era à beira de uma velha mal cheirosa. Suspirei, continuei a ler e liguei a música no meu ipod.
**
Fui acordada pr uma voz:
- Senhores passageiros bem-vindos a Londres.
Uii, já tínhamos chegado? Nem me lembrava de termos descolado!
Cá fora estava a minha irmã Filipa, já me tinha esquecido o quão bonita era ela, morena (ao contrário de mim), olhos cor de mel, corpo magro e com curvas perfeitas. Tinha vestido umas calças pretas justas com uma camisola castanha larga e claro tinha calçado as suas botas favoritas (minhas também), jeffrey campbell pretas. Também reparei que o seu cabelo estava maior desde o último Verão, já lhe passava o meio das costas. Fui cumprimenta-la com dois beijinhos e um abraço.
No caminho para casa permaneci calada a ouvir música e a olhar pela janela. Era tudo diferente de Portugal, as casas, as pessoas, as lojas, os costumes… tudo, suspirei de saudades. Será que era possível já sentir tantas saudades de casa? Ao pensar em casa lembrei-me do meu pai, como é que ele estaria? Será que irá conseguir viver sozinho? E eu, será que me vou integrar em Londres? O inglês não era um problema, mas estou a referir-me a amigos e namorados…
Quando chegamos á minha nova casa fiquei parva! Era linda, dois andares, paredes em vidro, piscina, jardim, uma sala de estar/ sala de jantar, uma cozinha grande, um escritório, o quarto da minha mãe era o primeiro, depois tinha os dos hospedes, o da Filipa, o da Ângela e no fim do corredor o meu, o meu quarto, inspirei fundo e entrei…
Não era muito grande, a parede maior estava pintada de vermelho mas o resto em branco, duas paredes em vidro com cortinas vermelhas, uma cama um bocado maior de que uma de solteiro, mesa de apoio de cada lado da cama, uma com candeeiro e a outra com despertador, uma secretária com estante, um guarda-fatos junto a parede com portas em espelho, um puf enorme vermelho (do meu quarto antigo) e no fim tinha uma casa de banho privada não muito grande (todos os quartos tinham uma excepto os dos hospedes e o da minha irmã Filipa que não gosta de casa de banho privadas). Fogo, o quarto era perfeito (com o dinheiro da vendo do apartamento da Filipa e da minha casa de Portugal não deve ter sido difícil comprar esta casa, meu pai ficou a viver com os meus tios). Depois de arrumar as malas e caixas senti-me cansada e toda suada, logo decidi ir tomar um banho relaxante. Para minha admiração não tinha vontade de vestir o pijama. Abri o guarda-fatos e tirei umas calças de ganga pretas e justas, as minhas jeffrey campbell, uma camisola preta e um blazer. Maquilhei-me pouco e fui ter com a Ângela.
- Posso entrar?
- Claro. Ui, aonde vais assim vestida?
- Sair e tu vens comigo!
- Porquê?
- Preciso de me sentir em casa e como é sexta vamos sair.
- E sair vai fazer com que te sintas em casa?
- Sim porque às sextas em Portugal nos íamos quase sempre sair – sorri-lhe.
- Está bem, mas vais ter de esperar porque ainda tenho de me vestir.
- Claro, estou no meu quarto de precisares de alguma coisa.
Aproveitei e fui ao facebook actualizar o meu estado e responder aos meus amigos. Nem 10 minutos tinham passado e ouvi a Ângela a dizer que já estava pronta. Como é que ela conseguia ser tão rápida a vestir-se? Eu demorava no mínimo 20, perguntei à minha mãe se podíamos ir sair, ela concordou desde de que não chegássemos muito tarde.
- Vamos? – perguntou Ângela.
- Sim.
Ângela tinha vestido uns calções vermelhos, uma camisola beje larga e uns saltos altos.
- Aonde queres ir? – perguntei
- Primeiro vamos jantar, estou cheia de fome!
- Também eu!
- Vamos aquele restaurante do Verão o… Nando’s.
- Boa ideia!
Apanhamos um taxi e fomos comer. Pedimos pizza, estava óptima. Estava a gostar da saia mas ainda não me apetecia dormir.
- Vamos a uma disco, apetece-me dançar! – disse eu.
- Let’s go!
Pagamos e fomos a uma discoteca conhecida chamava-se “London Night”, entramos logo (ter uma irmã famosa tem os seus benefícios).
Dança-mos, pula-mos, grita-mos…
- Vamos ao bar, a minha bebida acabou. – disse a Ângela.
- Ok.
Sentámo-nos para descançar um bocado.
- O que vão beber? – perguntou o empregado.
- Duas vodcas pretas, por favor – respondi.
- Aqui estão.
- Obrigada – dissemos as duas.
Depois de bebermos fomos outra vez dançar.
- Vou a casa de banho já venho – disse eu.
- Não demores.
Retoquei a maquilhagem e voltei. Estava aproximar-me da Ângela quando a vir a falar com um rapaz. Aproximei-me e...
4º Capítulo
… Meu deus como ele era bonito! Tinha cabelo castanho escuro espetado, olhos castanho escuros era moreno, alto, magro mas musculado. Tinha vestido umas calças de ganga mais ou menos justas, uma camisola branca com decote em v e umas vans vermelhas.
- Olá.
Ele olhou me e sorriu.
- Esta e a minha irmã mais nova, Mariana – apresentou-me Ângela.
- Prazer em conhecer-te.
- Igualmente.
- Bem a conversa está muito boa, mas como já é um bocado tarde temos de ir andando.
- Se quiseres eu levo-te, também já ia embora.
- Pode ser? – perguntou a Ângela.
- Claro – respondi.
- Então vamos – disse Zayn sorrindo.
Ele tinha um sorriso muito bonito, doce tal como o da Ângela, aliás eles faziam um casal muito fofinho. Ao pensar aquilo lembrei-me de Nuno, eles não tinham acabado o namoro! Ri-me de mim própria, imaginava cada coisa! É óbvio que a Ângela ama o Nuno, mas também é óbvio que ela não ficava indiferente ao Zayn, ás vezes corava quando ele sorria para ela ou quando lhe dava beijinhos na bochecha. Olhei para eles os dois e para minha surpresa eles também me olhavam.
- O que foi? – perguntei curiosa.
- Tás bem?
- Sim, porquê?
- Sabes que rir sozinha sem motivo não é bem normal.
- Eu não ri sem motivo, simplesmente lembrei-me de uma piada que a Sofia me contou á muito – menti e ditei a língua de fora.
Eles riram-se e Ângela começou a explicar-lhe o caminho.
- Chegamos – disse Zayn orgulhoso por ter conseguido encontrar a casa.
- Hum… Zayn?
- Diz Mariana!
- A nossa casa é a da frente! – eu e Ângela rimo-nos da cara dele
- Eu sabia.
- Pois, pois – disse Ângela.
Despedimo-nos com dois beijinhos, eu fui logo dormir, mas Ângela ainda foi ver um filme. Tenho de admitir, a minha irmã é incrível! Deita-se mais tarde do que eu e ainda consegue acordar cedo, cheia de sono, mas acorda.
**
Acordei com a porcaria do despertador a tocar, dei-lhe uma pancada. Ele caio e parou, sorri vitoriosa. Nem 5 minutos tinham passado e o despertador volta a tocar. Olhei para as horas e suspirei, ainda eram 7 horas da manhã. Desisti de dormir e fui comer.
Lavei a louça para gastar mais tempo, mas ainda eram 7:15! Voltei para o meu quarto, fiz a cama, fiz a minha higiene, fui ao facebook, passei pelo twitter… Farta de não ter nada para fazer sentei-me no puf a tentar lembrar-me do que eu faria se tivesse em Portugal. Pensei, pensei, pensei e… fez luz! Todos os fins de semana eu ia correr no calçadão da praia com a Ângela. Tirei uns leggins pretos, uma camisola branca, um casaco branco e as minhas sapatilhas da nike, fui ao quarto da Ângela chama-la mas ela estava a dormir que nem uma pedra, tive pena e deixei-a. Voltei para o meu quarto escrevi um bilhete a avisar onde ia, peguei no meu ipod e sai de casa.
Fui para um parque perto de minha casa. Era muito verde, tinha lagos com fontes e animais, pessoas a tocar vários instrumentos, frases inspiradoras no chão… não era muito diferente dos parques portugueses. Enquanto corria aproveitei para pensar. A primeira coisa que me lembrei foi de Zayn, nunca tinha conhecido ninguém com tal nome, e de Ângela. O porquê de me passar isso pela cabeça? Não tinha a mínima ideia, mas algo me dizia que eles iriam ser mais do que amigos. Os olhares, os risos, as conversas… Tinha de falar com Ângela, desde de que chegamos ainda não tive a oportunidade de saber o que se passava na sua cabeça. Mal chegasse a casa ia lhe perguntar tudo.
Vi a passar umas raparigas com mochila às costas e lembrei-me da coisa que me metia mais impressão, a nova escola! Em Londres as aulas só acabavam na primeira semana de Julho, e ainda estávamos no início de Junho. Estremeci, eu não conhecia ninguém e ainda por cima Ângela vai andar toda aterefada por causa da faculdade…
Distraída com os meus pensamentos, não reparei que tinha um rapaz à minha frente. Fui contra ele e caí!
- Au! – exclamei, a dor vinha do pé esquerdo.
- Estás bem?
- Hum, acho que sim.
Ao levantar-me olhei para ele. Lindo era a melhor palavra para o descreve! Tinha olhos intensos de cor castanha, um cabelo castanho claro quase loiro, não era muito moreno nem muito branco e musculado. Tinha vestido umas calças de fato de treino pretas, uma camisola branca, um caso preto e umas sapatinhas da nike pretas.
- Achas que sim?
Sua voz era linda, um pouco rouca, jurava que já tinha ouvido aquela voz mas não me lembrava onde.
- Não, eu estou bem, só me dói um pouco o pé esquerdo – sorri.
Ele fez um sorriso maroto, pegou em mim ao colo e começou a caminhar.
- O que estás a fazer?
- Vou levar-te para minha casa.
- Ah? Porquê?
- Vou tratar do teu pé, é uma maneira de me desculpar.
- Desculpar? Eu é que fui contra ti!
- Mesmo assim – ele olha-me e vê que ainda não estou convencida – vala deixa-me tratar de ti.
Olhei para ele desconfiada mas acabei por ceder.
- Ok, pode ser.
Ele sorri de maneira perfeita e eu começo a sentir as borboletas da minha barriga. Nunca tinha sentido aquilo antes, estava tão nervosa!
Ele sentou-me no banco da frente do carro e colocou-me o cinto.
- Não estou inválida.
- Eu sei – sorriu.
Nenhum de nós disse nada no caminho para casa dele. Finalmente chegamos, ele tirou-me do carro e levou-me para a sua sala de estar. Ele devia ser rico, a sua casa era enorme parecia uma mansão. Ligou a televisão e foi buscar qualquer coisa. Eu aproveitei o facto de estar sozinha para me ver ao espelho. Ele voltou e trazia um creme nas mãos.
- O que é que vais fazer com isso? – perguntei curiosa.
- Uma massagem.
- A quem?
- A ti ou melhor ao teu pé – sorriu-me.
- Eu não se…
- Tu disseste que me ias deixar cuidar de ti.
- Está bem, mas primeiro tenho de ir á casa de banho – desisti, ele fazia uma cara tão fofinha, era impossível recusar.
- Eu levo-te.
Pegou em mim e ajudou-me a entrar. Fechei a porta fui ver me ao espelho, outra vez. Estava com um ar casando, tinha corrido muito, penteei o cabelo e fiz um rabo-de-cavalo, lavei a cara e as axilas por fim pos um pouco de maquilhagem que estava junto ao lavatório. Saí a mancar ele veio ter comigo a correr e ajudou-me a ir até à sala. Sentei-me e tirei a sapatilha, estava demasiado apertada.
Ele pegou no meu pé e começou a massajar delicadamente. Estava toda derretida a olhar para ele, como era lindo e delicado.
- Então, ainda não sei o teu nome – quebrou o silêncio.
- Mariana e o teu, qual é?
- Hum Mariana? Chamo-me Liam. Não és daqui?
- Não, só estou aqui á dois dias.
- Férias?
- Não, vim viver para aqui com a minha mãe e a minha irmã.
- E o teu pai?
- Ficou em Portugal, eles divorciaram-se – disse triste
- Desculpa, mas porque é que vieste para aqui?
- Não tem mal, vim ter com a minha irmã mais velha.
- Hum.
- Como é que não reparas-te que eu não falava bem inglês?
- Nem se nota a diferença, falas muito bem.
- Obrigada – corei.
- Eu sei que isto é estranho mas acho que já vi a tua cara em qualquer lado.
- Hum…
5º Capítulo
- Hum… Não sei – sussurrou Liam.
Analisei a cara dele. Não me era estranha mas também podia estar a confundi-lo como alguém. Mudei de assunto.
- Agora é a tua vez de falar sobre ti.
- Porquê? Eu gosto de te ouvir falar – perguntou confuso.
Corei.
- Até agora só me fizeste perguntas, acho que me deves algumas informações.
- Está bem. Chamo-me Liam James Payne, tenho 18 anos mas vou fazer 19 em Agosto, vivo sozinho e sou solteiro. É o suficiente?
- Hum, por agora sim – sorri.
- Ah esqueci-me de uma coisa importante.
- O quê?
- Prometes que não te ris?
- Sim – respondi confusa, porque haveria eu de me rir?
- O meu filme favorito é o Toy Story 3.
Comecei a rir e lembrei-me que lhe prometera que não o faria. Tentei controlar-me.
- Toy Story? Porquê? – perguntei.
- Não rias é o filme mais lindo que alguma vez vi.
- O mais lindo?
- Sim não achas?
- Não é mau, mas prefiro outros tipos de filme.
- Tais como? – perguntou curioso.
- A saga Twilight, comédias e de terror.
- Só podia! Mas para ser sincero também gosto dessa saga, não gostas de romance?
- Mais ou menos.
Ficamos ali a falar de filmes enquanto ele massaja o meu pé, olhei para as horas e já era quase horas de almoçar.
- Tenho de ir para casa.
- Não podes ficar?
- Não ainda tenho que ir ao meu novo colégio e à faculdade da minha irmã.
- Vais começar segunda?
- Sim – sussurrei. Falar da nova escola fazia-me lembrar dos meus amigos.
- Queres que te leve a casa? – perguntou Liam.
- Se não te importares, não tenho dinheiro comigo para apanhar um taxi.
- Claro que não me importo! – sorriu – Como está o teu pé?
- Muito melhor, obrigada!
- De nada mas eu não queria perder o contacto contigo, dás me o teu número?
- Eu ainda não tenho número inglês, é melhor se me deres o teu. Depois mando-te uma mensagem com o número.
- Mandas mesmo? – perguntou desconfiado.
- Claro.
No caminho para minha casa Liam cantava enquanto eu ouvia e sorria. Ele cantava muito bem e tinha uma voz parecida a um dos rapazes que cantava naquela banda que as minhas amigas adoravam, ou melhor amavam, uns tais de one direction.
- Gostas desta banda? – perguntou Liam.
- Qual?
- Os one direction?
- Mais ou menos. As minhas amigas de Portugal adoram-os! Eu conheço porque elas estão sempre a falar deles, elas disseram-me que um tinha medo de colheres, não me acreditei, mas até acho fofinho. Tu gostas?
Liam corou e eu ri-me.
- Sim, eu gosto de cantar o tipo de músicas deles – riu-se.
- Eu prefiro outras bandas mas cantas muito bem.
- Obrigada, tais como?
- Adele, U2, Coldplay, Bob Marley entre outros, mas o meu tipo de música é reggae.
- Também gosto – sorriu – Chegamos, é esta a casa?
- Sim, obrigada por tudo – sorri.
- Sempre que precisares, adeus.
- Adeus.
Liam foi se embora e eu entrei na casa.
- Quem é? – gritou Filipa.
- Sou eu mana – respondi.
- Finalmente desaparecida, o que aconteceu? – perguntou Ângela.
Contei-lhe tudo ao pormenor.
- Uau que cavalheiro – disse Ângela.
- Mesmo, preciso de falar contigo! Desde de que chegamos ainda não falamos.
- Tens razão, mas vai ter que ser à noite.
- Meninas venham almoçar – gritou a minha mãe.
- Vamos porque estou cheia de fome! – disse eu.
Depois do almoço fui tomar banho e vestir-me. Como íamos ao meu novo colégio escolhi uma roupa bem “bristish” (calças pretas justas, camisola branca justa, um blazer vermelho e as minhas vans, não conseguia andar de saltos altos com o pé a doer-me!). Como Filipa ia para Los Angeles esta noite para fazer o catálogo da colecção primeira/verão da Calvin Klein já me tinha inscrito no meu novo colégio só precisava de ir lá e apresentar os meus documentos e essas coisas, com Ângela fez a mesma coisa só que ela ia para uma Faculdade de Artes Performativas.
- Mariana despacha-te – gritou a minha mãe.
Maquilhei-me e desci. Ângela tinha vestido uma saia rosa clara larga com flores, uma camisola castanha clara e as suas jeffrey campbell. A minha mãe estava com umas calças justas pretas, uma camisola larga verde escura, uns saltos altos e um blazer preto. A Filipa tinha uns leggings pretos, uma camisa branca larga, um cascol castanho e umas botas de salto alto castanhas.
**
Deixa-mos a minha irmã no aeroporto e fomos para casa. Como já tínhamos ido jantar fora aproveitei para ir finalmente falar com Ângela
- POTATO? – gritei (era a alcunha a minha irmã)
- Diz? – responde Ângela.
- Anda para o meu quarto – ordenei.
Ela entrou e disse:
- O que foi?
- A nossa conversa – deitei a língua de fora.
- Ah pois – sorriu.
Posemos um filme e deitamo-nos na cama.
- Então…
Capítulo 6
- Então o que se tem passado?
- Aqui? Nada de especial, mas em Portugal parece que sim – respondeu Ângela com um olhar triste.
Não percebi o que ela queria dizer com isso, o que será que se tinha passado? Ela durante o dia todo estava tão bem disposta.
- O que se passou em Portugal?
- Não tenho a certeza que seja a verdade, mas acho que ela não tinha a coragem de me mentir – resmungou Ângela.
- Podes explicar-me? Não estou a perceber nada! Ela quem? Porque haveria de mentir? – disse confusa.
- A Bruna ligou-me mesmo ao bocado.
- Sim, e… – perguntei curiosa.
- E disse-me que viu a Alice a beijar o Nuno!
Alice era uma rapariga da turma de Ângela que sempre a invejou e era louca pelo Nuno. Não era muito bonita, tinha o cabelo ruivo com repas, olhos castanhos, sardas e pele clara.
- O quê? O que é que o Nuno te disse?
- Até agora nada, talvez amanhã me ligue, não sei. Ainda não falamos desde que vim para aqui. O que eu preciso de saber é se ele gostou ou não, se ele a afastou… percebes?
- Sim. Mas e se ele gostou, o que vais fazer?
- Vou ter de acabar, claro. Não o vou prender a mim mesmo sabendo que ele já não me ama da maneira que eu o amo, mas como ainda não sei vou esperar até ele me ligar.
Ângela baixou a cabeça e suspirou. Abracei-a fortemente e disse:
- Não te preocupes, o Nuno ama-te e tenho a certeza que foi tudo planeado por aquela estúpida para te magoar. E se quiseres eu vou a Portugal só para lhe partir aqueles dentes!
Ângela sorriu um pouco.
- Obrigada, mas acho que não vai ser necessário ir tão longe, eu peço à Bruna.
Ri-me e Ângela começou a fazer-me cocegas na barriga, ela sabia que eu era alérgica a cocegas ou seja não conseguia parar de me rir.
- Po… fav…or… pár…a – tentei falar entre gargalhadas.
Ângela decidiu finalmente parar e disse:
- Uff! Já deu para descarregar alguma raiva – deitou a língua de fora.
- Ahah até parece que sou tipo saco de boxe! – disse eu ironicamente.
- Saco de boxe não, mas sim saco de cocegas – sorriu.
- Só te desculpo porque precisavas mesmo de libertar a raiva.
- Pois, pois. Agora fala-me de ti.
Ângela tentou de mudar de assunto, mas eu ainda tinha de lhe perguntar sobre o Zayn.
- Não, não ainda tenho muita coisa para te perguntar!
- Oh – fiz beicinho – está bem, pergunta lá.
Sorri vitoriosa.
- Já falas-te mais alguma vez com o Zayn?
Ângela sorriu envergonhada e respondeu:
- Sim, ontem à noite, ele disse que não conseguia adormecer e precisava de ouvir a minha voz.
- Oh, que fofinho! O que lhe falaram? – perguntei curiosa.
- De várias coisas.
- Tais como?
Ao dizer isto lembrei-me de Liam, neste momento eu parecia ele hoje de manhã. Sorri.
- A minha faculdade, do Nuno, de ti… basicamente só falamos de mim.
- Disseste ao Zayn que tinhas namorado? – perguntei parva.
- Claro! Qual é o problema?
- Eu acho que ele gostou demasiado de ti, entendes?
- Sim, ele disse que quando falava para mim sentia-se como já me conhece-se à anos e também tenho de admitir que sinto o mesmo por ele.
Não era dessa maneira que me referia ao gostou demasiado mas optei por não insistir mais nesse assunto porque era obvio que Ângela ainda amava Nuno.
- Como melhores amigos?
- Exacto, podes continuar a perguntar – respondeu Ângela sorrindo.
- Já acabei o questionário, mas se houver mais coisas que eu deva saber, chuta.
- Não, não aconteceu mais nada.
- Ok potato.
Continuamos a ver o filme até adormecermos.
Capítulo 7
Acordei toda dorida, tinha dormido com Ângela e por cima dos cobertores.
Olhei para o despertador e já eram dez da manhã.
- Acorda – gritei a Ângela.
- Ai gritaria pela manhã? Doí-me o corpo todo! – reclamou Ângela.
- Também a mim!
- Vamos comer.
Ângela foi para o seu quarto vestir-se. Eu tomei um banho e vesti uma saia larga rosa clara, uma camisola justa bege e as minhas jeffery pretas.
Desci para tomar o pequeno-almoço.
- Bom dia, dorminhoca – disse a minha mãe.
- Bom dia, olha hoje vou sair para comprar um cartão inglês – respondi ensonada.
- Fazes bem, Ângela porque não vais com a Mariana? – sugeriu a minha mãe.
- Eu gostava, mas tenho de me preparar para o ensaio de casting da minha primeira aula – lamentou Ângela
- Eu vou sozinha.
- Toma cuidado – avisou a minha mãe.
Quando acabei, fui buscar a minha mala e sai. Apanhei um taxi que me deixou à beira de várias lojas. Procurei por uma loja de telemóveis e comprei um cartão.
Caminhei por Londres fazendo-me lembrar quando eu e a Marta íamos ao cinema, tínhamos sempre de ver as montras todas. Suspirei de saudades. Entrei no Hard Rock, sentei-me e pedi um café.
Estava entretida a ler quando um rapaz alto e musculado me pergunta:
- Posso sentar-me aqui?
- Ah? – Olhei-o – Ah! És tu Liam. Senta-te.
Sorri.
- Estavas à espera de alguém?
- Não, o que estás aqui a fazer?
- Estou aqui com os meus amigos.
- Oh! Então vai ter com eles, não quero que eles fiquem chateados!
- Eu prefiro ficar contigo.
Corei e sorri. Um rapaz moreno veio ter connosco.
- Zayn? – Perguntei surpreendida.
- Mariana? Conheces o Liam? – Perguntou Zayn.
- Conheces o Zayn? – Perguntou Liam.
- Eu conhecia na London Night, lembras-te de te eu contar que tinha conhecido duas raparigas lindas?
Corei. Duas raparigas lindas? Gostei muito.
- Sim – respondeu Liam.
- Pronto era da Mariana e da Ângela que eu estava a falar – explicou Zayn.
- Ângela é a tua irmã? – Perguntou-me Liam.
- É – respondi.
- Mas o que querias meu? – Perguntou Liam a Zayn.
- Nós já vamos embora, ficas?
- Sim – respondeu Liam.
Olhou para mim e sorriu. Despedi-me de Zayn com dois beijos.
- Como conheces o Zayn? – Perguntei a Liam curiosa.
- Ele já é meu amigo há muito tempo.
- Hmmm.
- Porque é que ainda não mandas-te o teu número? – Perguntou Liam.
- Porque acabei de o comprar – sorri.
Trocamos números.
Eu estava atenta a ler o meu livro enquanto Liam olhava para mim com uma cara curiosa.
O que estaria ele a pensar? Será que tinha alguma coisa na cara? Não aguentei a curiosidade e falei:
- O que tem a minha cara?
- Ah? – Perguntou confuso.
- Estás a olhar-me há minutos, tenho alguma coisa na cara? – Expliquei.
- Não, é só que nunca tinha reparado que eras tão bonita.
Corei e Liam riu-se.
- Estás sempre a corar, adoro isso!
Corei ainda mais e ri-me.
- Obrigada pelos dois elogios – agradeci.
- De nada, estava só a dizer a verdade.
Sorri.
- Vamos sair daqui, quero mostrar-te um sítio – disse Liam.
- Que sítio? – Perguntei curiosa.
- Surpresa – sorriu-me.
Paguei e fomos para o carro dele.
- A sério, podes dizer-me dizer aonde vamos, eu não me importo – sorri.
- Mas eu importo-me e também já disse que era surpresa.
- Oh vá la, diz-me – fiz beicinho.
- Apesar de ficares linda a fazer beicinho não vou dizer.
- Está bem, desisto.
Amuei um bocadinho e ele riu-se.
- Então, novidades? – Perguntou Liam a tentar mudar o assunto.
Não respondi, ele olhou-me e fez a aquela cara fofinha que só ele sabia fazer. Suspirei e acabei por responder.
- Nada de mais e tu?
- Igual – sorriu – quando me apresentas a tua irmã?
- Para que? – Perguntei confusa.
- Para nada, simplesmente perguntei.
- Pois, pois – resmungei.
- Estás com ciúmes? – Perguntou Liam a tentar esconder o sorriso.
O meu coração acelerou.
- Claro que não, porque haveria de estar? – Perguntei.
- Não sei, diz-me tu – sorriu.
- Bolas se eu estou sempre a corar, tu estás sempre a sorrir!
Liam riu-se e disse:
- Até parece que te importas.
Não respondi. A verdade é que não me importava de vê-lo sorrir, era tão lindo. Mas o que me incomodava era que sempre que sorria o meu coração acelera e sentia borboletas no estomago.
- Chegamos – disse Liam interrompendo os meus pensamentos.
Capítulo 8
- Finalmente – resmunguei.
- Anda cá – sorriu.
Fui ter com ele e deu-me a mão.
Ele levou-me a uma feira popular, não estava muita gente por isso sorri. Não gostava muito de confusões e também significava que ficava quase sozinha com Liam.
- Gostaste da surpresa? – Perguntou Liam.
- Adorei e o facto de estar pouca gente ainda me agrada mais – sorri.
- Porquê?
- Porque não gosto de confusões – deitei a língua de fora.
Liam riu-se e puxou-me em direcção a uma cena de barrinhas atira ao alvo.
- Vais jogar? – Perguntei.
- Sim – sorriu.
O jogo tinha objectivo acertar a bola no cesto, tipo basket. O senhor entregou-lhe três bolas. Atirou a primeira bola e falhou por um bocadinho, eu não aguentei e ri-me um bocadinho, atirou a segunda e acertou.
- Escolhe um peluche – sorriu-me.
- Hmmm pode ser aquele – apontei para um ursinho castanho claro muito fofinho.
- Boa escolha.
- És mesmo fofinho – falei para o ursinho.
- Sou? – Perguntou Liam curioso.
- És, mas estava a falar para o ursinho – deitei a língua de dora.
Ele ri-se e dá-me um beijinho na testa. Sorri.
Fomos para os carros de choque. Eu era péssima a conduzir aquilo, estava-me contra tudo e todos.
- Queres conduzir? – Perguntou Liam.
- É melhor não – ri-me.
Liam também se riu e começou a conduzir. Com uma mão no volante e outa à volta da minha cintura.
- Prepara-te porque eu sou maluco a conduzir estes carros – piscou-me o olho.
- Pois, pois. Vamos ver quem é pior eu ou tu – sorri.
Ele começou normalmente e depois começou a bater em todos. Ele era bem pior do que eu, mas não me importei porque cada vez que batia-mos ele apertava-me contra si e sorria.
Sai do carro um bocado dorida, a volta tinha sido enorme.
- Então como foi? – Perguntou Liam.
- Muito bom e tenho de admitir que és bem pior do que eu – ri-me.
- Eu sabia, mas estás bem? – Perguntou preocupado.
- Claro.
Liam continuava com o seu braço na minha cintura. Sorri, sentia-me tão bem ao pé dele, nunca me tinha sentido assim, era tudo tão forte cada abraço, cada beijinho, cada sorriso, cada gesto, cada olhar. Ele tornava tudo mais intenso e mais inesquecível.
Desta vez fomos para uma cabine de tirar fotografias, era idêntica aquelas que há nos cinemas em Portugal.
- Quero registrar este momento – disse Liam sorrindo.
Na primeira estamos a sorrir, a seguinte dei-lhe um beijinho na cara e ele estava a sorrir, na terceira estávamos com a língua de fora e na última Liam deu-me um beijo na cara.
- Quem fica com as fotografias? – Perguntei.
- Hmmm não sei, se calhar é melhor tiramos mais para cada um ter uma recordação.
Metemos mais dinheiro, e desta vez Liam estava a fazer caras muito engraçadas e eu só me conseguia rir.
- És tão tolo – deu-lhe um beijinho no nariz.
- Tolo que tu gostas!
- Como sabes? Eu nunca de confirmei que gostava – deitei a língua de fora.
- Não gostas? – Perguntou e fez triste.
- Gosto, gosto muito.
- Bem me parecia. Tens fome?
- Tenho.
- Então vamos almoçar.
Compramos um cachorro quente.
- Eu não vou conseguir comer isto tudo – exclamei.
- Não precisas de comer tudo.
- Liam?
- Diz? – Perguntou curioso.
Ri-me.
- O que foi? – Insistiu.
- Tens ketchup no canto da boca – disse entre gargalhadas.
- Aqui?
Ao tentar limpar, sujou a bochecha. Peguei num guardanapo e limpei-lhe a cara. Ele olhava intensamente, pegou em mim e sentou-me no seu colo. Sorri e Liam aproximou as nossas caras, os nossos lábios ficaram a escassos milímetros de se tocarem. Conseguia sentir a respiração ofegante de Liam e o desejo de beijá-lo era cada vez maior, ele encosta os seus lábios aos meus quebrando os milímetros que os separava com um beijo intenso e apaixonado. As nossas bocas moviam-se em perfeita sintonia e as nossas línguas dançavam suavemente uma com a outra. Liam apertou-me mais contra ele rodeando a minha cintura. Descolei os nossos lábios quando já não tinha mais fôlego. Ficamos com as testas coladas por uns minutos quando Liam voltou a atrair os meus lábios para os dele.